segunda-feira, 6 de junho de 2011

Design thinking


A mudança de um paradigma analítico e mecanicista vigente nos anos 70, em que o seu modelo operativo era RPS (Rational Problem Solving) para o paradigma holístico e emergente cujos modelos Reflective Practice, Co-evolution of problema solving e Design como fenómeno sistémico provocou mudanças: Alterações significativas nos ciclos de vida das empresas, padrões de consumo, estilos, de vida, tecnologia, (etc).

“Quando as nossas necessidades básicas estão satisfeitas, procuramos experiências cada vez mais sofisticadas, que nos satisfaçam emocionalmente e façam sentido para cada um. Design Thinking é uma ferramenta para imaginar estas experiências e dar-lhes a forma desejada.”


Segundo um estudo realizado em 40 empresas da lista das 500 maiores dos EUA, entre 2000 e 2005, o rácio de empresas com um desempenho focado no Design em oposição ao desempenho de outras empresas é de 10 para 1.


DESIGN THINKING - BUSINESS ORIENTED

VISÃO OPERACIONAL DO DESIGN:

- ADMINISTRAÇÃO > decide a estratégia de negócio.
- DESIGNERS > visualizadores e produtores dessas estratégias. (Design Deliverables)


VISÃO ESTRATÉGICA DO DESIGN
- Administração + Designers > decidem a estratégia de negócio.
- Designers > visualizadores e produtores dessas estratégias.

“O Design Thinking pode identificar um aspecto de comportamento humano, e convertê-lo em benefícios para o consumidor, além de adicionar valor ao negócio.”
Diferente dos processos tradicionais: analíticos, racionais, formais e convergentes. É um processo criativo baseado na construção de ideias, que procura eliminar o medo de falhar encorajando a experiência/prototipagem na procura da construção de soluções cada vez melhores e centradas nas pessoas.




Definição:
Design Thinking é uma abordagem centrada nas pessoas, no ser humano, para atingir a inovação, que surge das ferramentas do designer e integra as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia e os requisitos de mer

Tim Brown
O processo de design thinking envolve a formulação das perguntas certas, tais como:
- Para quem é esse produto?
- Quais são as necessidades e os hábitos das pessoas que podem ser identificados?
-Quem são os concorrentes?

Todas estas questões podem ser resumidas numa só: Qual é a solução que os meus clientes precisam?
UM DESIGN THINKER TEM DE TER DETERMINADAS CARACTERISTICAS, ENTRE ESTAS PASSAM:
- Empatia
- Experimentalismo
- Pensamento Integrador
- Optimismo
- Colaboração
- Pensamento Criativo

_____

O Design Thinking pode ser aplicado em vários campos criativos e aliado ao desenvolvimento de estratégias que determinam o futuro de uma empresa. O seu maior bloqueio é o medo de falhar. A fase mais importante do processo criativo é a constante prototipagem e rápida aprendizagem através da melhoria de protótipos.

Paradigmas da metodologia projectual

Paradigma é um modelo ou a representação de um padrão a ser seguido. Quando falamos de paradigmas da metodologia projetual estamos exactamente a evocar um conjunto de acções existentes para resolver um determinado problema.

Na versão 1.0 do modelo operativo do CPS (Creative Problem Solving) segundo Osborn e desenvolvido nos anos 50, as fases eram estruturadas da seguinte forma:

- Orientação (onde é identificado o problema)
- Preparação (reunião e recolha de dados pertinentes para o problema)
- Análise (identificar qual do material reunido, aquele que é relevante)
- Hipoteses (procurar alternativas ao problema)
- Incubação (encaminhar a iluminação)
- Sintese (recombinar e combinar elementos para um melhor resultado)
- Verificação (fase final onde se avaliam os resultados conseguidos)




Com o desenvolvimento e emancipação do design, surge a necessidade de adaptar o modelo
CPS. Assim, nos anos 50 surge o novo modelo:
1. Compreensão e definição do problema.
2. Pesquisa: juntar informações sobre o estado actual.
3. Análise das informações: comparação do estado actual com o estado desejado.
4. Desenvolvimento de conceitos alternativos.
5. Avaliação das alternativas e decisão para uma ou mais.
6. Teste da solução e implementação.


Nos anos 60, surge o
método de Hans Gugelot na Escola de Ulm:
1. Fase da informação.
2. Fase da análise.
3. Fase do projecto.
4. Fase da decisão.
5. Calculo e adaptação do produto às condições da produção.
6. Construção de modelos.


Em 1965, Bruce Archer reduz as fazes dos antigos modelos, combinando-os no
Modelo de 3 fases, em Systematic Method for designers.
1. Fase analítica (programação, recolha de dados, análise).
2. Fase criativa (síntese, desenvolvimento da ideia).
3. Fase executiva (realização, comunicação).


O
modelo de Chris Jones desenvolvido em 1970 volta a expandir o numero de fases:
• Conccepção do
briefing
• Exploração da situação projectual.
• Percepção e transformação da estrutura do problema.
• Determinação de limites e descrição de sub-soluções.
• Combinação das sub-soluções, desenvolvimento de alternativas.
• Avaliação das alternativas e selecção da solução final.

A interpretação do processo do Design até aos anos 70 acaba por ser
caracterizado por:
• linearidade
• princípio e fim
• sequência lógica
• estandardização
• racional
• objectividade
• optimização



E é explicado pelo esquema abaixo representado

Método de Burdek (1971)



Nos anos 70 observa-se uma alteração do paradigma

Com o inicio da utilização do termo “Paradigma” por Thomas Kuhn, A estrutura da revolução cientifica, 1962; o paradigma em vigor até aos anos 70 sofre alterações. passa assim de CPS (
creative problema solving) analítico e mecânicista e baseado numa epistemologia positivista a um novo modelo operativo: RPS (Racional Problem Solving)

- Não linear
- Co-evolutivo
- Subjectivo
- Fim artificial
- Racional e Emocional
- Interpretação e optimização



A partir dos anos 80, o paradigma volta a sofrer alterações passando a:


- Holístico
- Emergente
- Baseado no Constructivismo Radical.



Os modelos operativos:

- Reflective Practice:

- Co-Evolution of Problem-Solution

- Design como fenómeno sistémico


” Do ponto de vista processual, a perspectiva sistémica corresponde ao paradigma da CO-EVOLUTION OF PROBLEM-SOLUTION. Através da actuação em conjunto de elementos dos diversos subsistemas ao nível da microestrutura, o sistema design opera de forma emergente. ”


TASK: Design contra a obesidade na infância.
Tackling obesity and encouraging healthier eating is something that I believe design and design thinking can make a significant contribution to. Whether it be through innovations in new technologies and applications that allow us to track our food intake better, (I am a big fan of the i- Phone app Lose It) or through the design of behavioral change programs that consist of new incentives, new tools and communication of new social norms.
There have already been hundreds of folks volunteering to help but I hope that as designers we get behind this wish. The chronic diseases that result from obesity are a major cause of our out of control health costs. (Tim Brown) “
Neste caso, podemos destacar o método utilizado no “design contra a obesidade na infância”


- Identificação de todos os grupos de interesse e análise das suas relações.
- Análise do contexto do problema.
- Análise do sistema de alimentação na escola.
- Identificação de outros factores influentes.

O Processo Criativo

A ESTRUTURA DAS FASES

> Inspiração inicial - o first insight
> Preparação: análise de dados e informações
> Incubação: afastamento do campo do problema
> Geração de ideias
> Iluminação: emergência da ideia
> Verificação: análise racional da ideia,
conformando a utilidade e eficácia.










Processos de investigação científica.

No design, tal como em muitas outras áreas, é necessário seguir um rumo para obter sucesso no projecto. O método cientifico não é mais do que um conjunto de regras básicas concebidas para o sucesso da resposta a um problema ou até mesmo o sucesso de uma reformulação de um outro. Assim, devemos ter em conta, inicialmente, três grandes fases: a fase conceptual, a fase metodológica e a fase empírica.


Fase Conceptual

A Fase conceptual tem como objectivo primário a formulação de ideias e documenta-las. É necessário pensar, ter uma boa questão (para isso esta necessita ser pertinente e deter um valor teórico e prático), encontrar uma boa resposta, verificar a verdade da resposta. A ideia da investigação é o investigador escolher um tema de caracter geral e trabalhar sobre o mesmo, sistematizando e tornando-se cada vez mais objectivo para chegar a uma questão mais precisa. Esta fase em resumo:
  • Escolha e formulação de um problema a investigar (desenvolver a ideia segundo uma lógica progressiva de ideias, argumentos e factos. Deverá ser especifico e único).
  • Revisão de literatura (analise critica de bibliografias; recolha de informação teórica - teorias e conceitos; empírica - opinião publica, teses e artigos; e metodológica - métodos que já abordaram o objecto em estudo).
  • Elaboração de um quadro de referência (teorias, conceitos, autores, metodologias principais).
  • Enunciar o objecto de estudo (intenção do estudo em poucas palavras; relação causa/efeito entre os temas. Deve ser “SMART” - Specific (especifico); Measurable (mensurável), Achievable (alcançável); Relevant (relevante); Time bound (com prazo).
  • Formulação de hipóteses de investigação (sugestões de resposta ao problema)


Fase Metodológica

Esta fase inclui todos os elementos que dão direcção à investigação; são levantadas questões de ética; e desenhado o plano de investigação.
  • A ética da investigação (o que é correcto fazer; na investigação: direito à privacidade ou não participação; direito ao anonimato e confidencialidade; necessidade de consentimento).
  • Escolher o desenho de investigação (contexto da realização do estudo; população e amostra; dimensão da amostra; controlo das variáveis; colheita de dados; principais métodos de recolha de dados).
  • Definir a população e a amostra (≥ 30 unidades estatísticas) .
  • Identificação, classificação e operacionalização das variáveis.
  • Escolher os métodos de colheita e análise de dados.
  • Principais métodos de recolha de informação(entrevista, questionários, observação; uso de escalas de medida, uso de grelhas de observação).


Fase Empírica

É aqui que o plano de investigação elaborado na fase metodológica é posto em prática É feita a recolha de dados usando o desenho e plano de investigação e dá-se à organização e tratamento de dados. Após esta etapa, analisa-se, interpreta-se e comunica-se resultados formulando recomendações ou propondo novas vias de investigação.
  • Colheita dos dados (aplicação do desenho de investigação).
  • Apresentação dos dados (organização de dados: classificação, codificação, categorização, tabulação).
  • Interpretar os resultados (construir tipos, modelos e esquemas. Ligação entre teorias e metodologias existentes).
  • Comunicar os resultados.

Métodos de Investigação

No século XVII, com o inicio de descobertas cientificas de Galileu, Kepler, Descartes, Newton e Bacon, deu-se uma revolução científica. Se antes a ciência estava intimamente ligada à Filosofia, após esta revolução, a ciência passa a ser autónoma e a deter conhecimentos mais estruturados e práticos.

O progresso cientifico que se observou a partir de 1600, tem como responsável Francis Bacon pois defendia o caracter colaborativo da pesquisa cientifica e a preferencia pelas comunidades em vez de génios isolados.

Podemos transferir estes conceitos para o design através dos Raciocínios (ou Métodos) Indutivos de Bacon ou Dedutivos de Descartes.


Métodos que levam à questão:
-Método Indutivo
-Método Dedutivo
-Método Hipotético-dedutivo
-Método Descritivo
-Método Experimental
-Método Qualitativo
-Método Quantitativo
Método Dedutivo: do geral para o particular, funciona por premissas. O método dedutivo, de acordo com a acepção clássica, é o método que parte do geral e, a seguir, desce ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica. É o método proposto pelos racionalistas (Descartes, Spinoza, Leibniz), segundo os quais só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro, que decorre de princípios a priori evidentes e irrecusáveis. O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que consiste numa construção lógica que, a partir de duas preposições chamadas premissas, retira uma terceira, nelas logicamente implicadas, denominada conclusão.
Método Indutivo: completamente oposto ao método dedutivo. O método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade. Constituí o método proposto pelos empiristas (Bacon, Hobbes, Locke, Hume), para os quais o conhecimento é fundamentado exclusivamente na experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos. Nesse método, parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se deseja conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos.
Método Hipotético-dedutivo: observação já pensada e seleccionada das coisas. O método hipotético-dedutivo é uma das formas mais clássicas e importantes do método científico. Foi consagrado pela filosofia e pela ciência ocidental e fixou-se no cotidiano de muitas pessoas que se dedicam à produção do conhecimento científico.

Noble, Ian & Bestley, Russel (2005). Visual Research : An Introduction to Research Methodologies in Graphic Design. AVA Publishing.
ISBN-10:
2884790497 / ISBN-13: 978-2884790499

Neste livro, de 6 capítulos, podemos encontrar métodos, quantitativos e qualitativos, aplicáveis ás questões do design de comunicação. É um manual bastante ilustrado, com exemplos reais de projecto. Algumas questões interessantes como as audiências, teoria da comunicação, experimentação, semiótica e semântica, são abordadas. Numa secção final, são feitas sugestões sobre como sintetizar os modelos teóricos e a prática, de forma a poderem ser aplicadas, pelos designers, na sua prática profissional.

Este livro tenta resumir um mundo teórico imenso em cerca de 200 páginas. Por um lado, este esforço é meritório porque, poderá fazer com que os designers obtenham bases teóricas de uma forma fácil e atraente mas, por outro lado, também poderá ser prejudicial porque, os designers poderão achar que ficaram suficientemente esclarecidos com este resumo. O que não é, de todo, verdade. Por isso, é preciso saber aproveitar, com sensatez, obras como estas que nos apresentam os conteúdos já digeridos. Não se esqueçam que não existem receitas válidas para fazer bom design!


Em quê que o Designer é especialista? E generalista?

Existe um vasto numero de disciplinas que acompanham o design, sendo que em algumas destas o Design é, como podemos caracterizar, especialista (pois é sua parte integrante) e outras é “generalista” pois apenas se apropria de alguns itens de outras áreas.
Num trabalho de grupo durante a aula, procedemos à analise destas mesmas disciplinas que rodeiam e complementam o universo do Design.
Como áreas interdisciplinares do Design:
. História (cultura, conhecimento, experiência, erro, cultura visual,…)
. Matemática - Geometria (espaços, grelhas, perspectivas, escalas,…)
. Química (processos,…)
. Informática (novas tecnologias, novos métodos de execução / criação,…)
. Filosofia (reflexão e pensamento, Ética, Estética,…)
. Fotografia e Vídeo
. Ergonomia
. Psicologia (métodos de utilização de cor, forma, luz, perspectiva, conhecimentos socio-culturais,…)
. Musica
. Física (Materiais,…)


Esquema: